Acabou o meu Costa Training! Fui aprovado assim como toda a minha turma!
Foram seis dias muito pesados, onde aprendemos em pouquíssimo tempo e ainda fomos avaliados em quatro provas. Detalhe: as matérias dadas todas em inglês. Foi uma experiência interessante. Senti que se ficasse mais uns dois meses naquele ritmo melhoraria muito o meu inglês, uma vez que neste curso o vocabulário é mais formal, com palavras que normalmente não usamos em nossas conversations.

Inicialmente, obtive muitas dicas do blog da Celina, o Costa Magica Photo Shop, de uma fotógrafa que embarcou recentemente pela Costa e postou sobre a experiência deste treinamento, que todos têm de fazer antes de atuar na companhia.

Dentre as inúmeras dicas, a principal que eu repito é que realmente não há muito segredo para se dar bem nas quatro provas. Por serem todas de múltipla escolha, o negócio é se familiarizar aos termos, principais tópicos e principalmente ao que o instrutor orienta que cairá na prova. De resto, cada um tem uma técnica para estudar o conteúdo, que não é pouco! Tivemos noções de como surgiu a Costa Cruzeiros, sobre políticas da empresa, sobre rotina de um tripulante, sobre assuntos relativos a preservação marítimo-ambiental, noções sobre alcoolismo e ainda sobre questões sanitárias (desde higiene até práticas para evitar epidemias por intoxicação alimentar). Normas, leis, regras, posturas, atitudes, medidas entre dezenas de outros assuntos que para quase todos nós eram novos e tiveram de ser devorados em menos de uma semana, para serem testados em avaliações. No geral, tudo o que é passado é importante, uma vez que seremos nós que teremos de atentar a todos os procedimentos, para nos darmos bem com nossos chefes a bordo e prestarmos bom atendimento.

Acordar cedo todos os dias, aguentar horas e horas de teorias, aguentar sono, conseguir assimilar zilhões de coisas novas que cairão na prova do dia seguinte, se preparar para a prova do outro dia.........uffa! Realmente pesa ao final. E senti mesmo como se fosse uma mínima simulação da vida on board, já que conhecimentos novos e pressão por resultados é o que teremos ao longo do contrato de oito meses.

O resultado, além de aprovado, é a certeza de estar numa empresa muito boa, se comparada a certas outras por aí, a qualidade é superior. Há ainda as amizades feitas, os grupos de estudo, as personagens, sem falar nas tiradas muito boas do instrutor Renato Campos. Sem falar ainda das horas vagas com o super grupo que tive, com o histórico Rhuan, a mascote Andressa [Piriquita], a séria Valéria e o pegadinha Sinvaldo. Que todos tenham em breve a sua tão esperada data de embarque! Infelizmente quando acabamos o curso cada um toma seu rumo, podendo, claro, se encontrar a bordo de algum dos 14 barcos da Costa. A vida é quem se encarregará disso.

Agora, praticamente contratado pela Costa Crociere, é esperar o chamado assim que surgir uma vaga, no meu caso, para bar boy.

Ainda estou na espera de uma chamada de embarque pela MSC. Mas, nessa espera nem tudo é negativo. Tratei de arrumar alternativas de obter lucro, sem necessidade de vínculo empregatício. Acabei recebendo um chamado legal do jornal onde eu trabalhei, para que eu voltasse temporariamente para lá, inicialmente para cobrir férias de um funcionário. Fui, sobretudo com o intuito de fazer passar o tempo (esta espera pela data de embarque deixa qualquer um ansioso) e também uma forma de ter dinheiro entrando. Acabei conseguindo lá uns serviços que me garantem trabalhando pelo menos até o carnaval, se caso o chamado do barco não ocorrer logo.
Antes desse chamado do meu trabalho, um amigo muito legal, o Rhuan, que encontrou este blog por aí e passou a conversar comigo, trocou figurinhas e acabou me dando uma dica muito boa e, que tenho visto, está fazendo toda a diferença nesta minha espera. Ele me passou um contato de um recrutador da Costa Cruzeiros, companhia italiana com uma frota enorme de navios. Pois bem, mandei e-mail para este recrutador, sem ter muita fé de que ele iria me responder (pois até então não tinha feito nenhum contato direto com representantes de companhias – apenas por meio de agências de recrutamento). Mas umas duas semanas depois eis que ele me responde o e-mail me comunicando que haveria um processo seletivo para a Costa e se eu estaria interessado. Respondi sim na hora ao e-mail e compareci no dia marcado à Universidade Monte Serrat, o mesmo local do treinamento do STCW.
Depois de umas aulas sobre a vida a bordo (coisas que eu já conhecia), ele realizou uma entrevista conosco (assim como eu, havia uns 15 ou 20 candidatos). No meu caso, fui pronto para defender um cargo no bar, provavelmente bar boy, pois é a única função que não exige experiência específica, como fazer drinks etc. Passei e fui encaminhado a uma entrevista com a representante da Costa Cruzeiros – a Denise. Ele é brasileira, mas conseguiu cidadania italiana (Itália é onde vive). A entrevista, toda em inglês, foi perfeita. Ela é daquelas mulheres competentes que não ficam se gabando ou cheias de auto-afirmação. É daquelas que é a perfeita, mas deixa que os outros digam isso, ao invés de agir como muitos profissionais que costumam se vangloriar e se achar os melhores.
Enfim, na conversa, descontraída, ela perguntou sobre minhas experiências, o motivo de eu querer embarcar, se eu tinha experiência no bar, etc, etc. O inglês fluiu com ela. E como! (Estou começando a me familiarizar com essas baterias de entrevistas em inglês).
A proposta era aguardar o resultado da entrevista. Caso aprovado, o candidato deveria passar por um curso da companhia de cinco dias, o dia inteiro. É um preparatório que o tripulante aprovado tem de passar para conhecer a companhia na qual irá trabalhar, suas regras, políticas e todo um mundo de informações. O prometido era que o resultado sairia no mesmo dia da entrevista. Mas não foi assim: mais espera: o recrutador inicial não mandou nada de e-mail.
A entrevista foi na sexta-feira, dia 4, e o resultado foi passado hoje, sexta-feira (uma semana depois), dia 11. Primeiro ele ligou dizendo que eu passara na entrevista para bar boy (um ajudante do bar que faz tudo, desde faxina, até ajudar waiters e etc). Ele perguntou ainda se eu estaria interessado em fazer o treinamento da Costa, preparatório, que antecede a data de embarque. No momento da ligação eu estava em meio ao fechamento de edição no jornal, mas respondi de pronto que eu iria sim. Depois, fiquei sabendo que o Rhuan também fora aprovado e para o mesmo cargo que o meu: bar boy! Tá valendo.

É isso! Agora é enfrentar uma semana acordando cedo, para estar em Santos às 8h e ficar por período integral em treinamento (detalhe: todo ministrado em inglês), por cinco dias. Mas é isto que quero. E agora, com a Costa Cruzeiros (uma segunda opção à MSC), a certeza de que o embarque ocorrerá em breve é quase certa. É só fazer o curso e esperar que eles chamem a qualquer momento para embarcar. O embarque está próximo!

Deixo, então, aqui, MEU AGRADECIMENTO a todos que estão dando aquele apoio, dizendo palavras de ajuda e mostrando que torcem por mim! DEDICO, então, este post, ao colega Rhuan, praiagrandense como eu, que me deu esta brilhante ideia de entrar em contato direto com representantes da Costa, ao invés de ficar na mão de certas agências, que tornam tudo mais difícil e lento. E deu certo. Passei na entrevista e agora terei apenas que me empenhar neste curso preparatório da companhia. Depois volto aqui para relatar experiências do curso.

Success for all! Always!