Por onde andei, parte 2

Terceiro dia de navegacao rumo a Espanha, 16h30 (14h30 no Brasil)

Continuando os roteiros por onde passei...

Punta Del Este, Uruguay. Conheci Punta logo depois de Montevideo. Apesar de fazer parte do mesmo pais, Punta tem algumas diferencas. Logo na chegada, temos de desembarcar em lanchas, pois nao ha porto. O cais tem umas linhas pedregosas, onde homens e seus filhos costumam ficar pescando, ou pelo menos tentando...
Depois do cais, na entrada da cidade (que ja e o centro) vi um visual bem diferente do que eu imaginava para uma capital do Uruguai. As casas nas ruas de frente a praia sao muito parecidas com casas tipicas de filmes e seriados americanos de surfistas. Garcas, cadeiras de praia de madeira e pessoas vendendo artigos como cangas, roupas chapeus de praia. Apesar de ser cercada de praia, nao se ve muita gente curtindo a praia, de fato, talvez porque era dia de semana. Vi pessoas vestidas e calcadas, conversando sentados na grama, cadeiras das praias ou sentados em cangas na areia, apenas curtindo o visual para bater papo entre amigos. Nao achei nada demais da cidade, apenas as casas ricas tanto no centro, quanto na orla, como eu disse antes, parecidas com filmes, isso realmente chama atencao. De resto sao casas de cambio, lojas de grife, bancas de jornais e etc. Em uma das praias conheci ainda um monumento famoso do local, com cinco dedos de uma mao aberta que sai da areia da praia - 'La mano de Dios' (tenho de checar sobre isso, mas acredito que seja sim um monumento alusivo a mao de Deus).
Uma outra coisa que me chamou atencao foi eu ficar parado na rua sem semaforo, para atravessar, enquanto um senhor numa moto ficou me encarando. Percebi que ele me esperava para atravessar a rua!!! Quase nao ha semaforos em Punta, pois os pedestres assim que pisam na pista tem o direito de passar...que coisa,nao??
Voltei com algumas fotos, mas sentindo falta de coisas mais simples ou mais peculiares da cidade, que nao fossem predios do Mc Donalds ou do banco Itau (sim, achei em todos os lugares que fui (no Uruguai e Argentina uma agencia do Itau, o meu banco).

Buenos Aires, Argentina. Fazia dois cruzeiros que queria passar por Buenos, mas nao consegui. Por se tratar de cidade de embarque e desembarque, isso significava que a noite anterior havia sido cansativa por demais, uma vez que eram argentinos curtindo a ULTIMA noite no navio, o que significava ficar ate tarde esperando todos sairem do bar. Mas na ultima passagem decidi ir, pois ali nao voltariamos mais neste ano. Gostei da cidade, conhecida e tao falada pelos brasileiro. Visitei de cara uma praca panoramica que era antigamente um forte militar. La ha monumentos com lindas estatutas em homenagem aos combatentes da guerra, acredito que nas Malvinas (tenho de pegar os dados corretos depois, quando for postar as fotos). De la do alto vemos uma boa parte de Buenos.
Minha intencao era chegar na famosa Casa Rosada. Sem perguntar a ninguem sai andando sozinho e eis que encontro a Casa. Como foi facil. E olha que andei muito, sempre prestando atencao por onde se ia para, claro, saber por onde se devia voltar. Normalmente vou deixando pedras imaginarias no caminho, para segui-las na volta. Antes da casa, vi edificios COLOSSAIS, todos em vidros lindos que deixam qualquer um parado por pelo menos dois minutos para observar. Entre as super empresas, vi um logo da Microsoft acima de um arranhaceu.
Como foi bom ver que eu havia enfim achado a Casa Rosada, onde Eva Peron tanto discursou, antes de ser a famosa Evita de "Don't cry for me Argentina".
Estava sozinho e quando isso acontece, fico olhando a procura de algum turista confiavel para que faca fotos minhas. Puxei um "Puede sacar una fotografia, por favor?", quando a menina e seu namorado respondem "Voce e brasileiro ne?", dai a coisa ficou mais facil. Eram turistas do sul do Brasil que visitavam a Argentina. Eles estavam ha dois dias la e a noite veriam um show do Alejandro Sanz (nao sei se e assim que se escreve). Trocamos figuras e ainda pudemos pegar uma visita guiada na Casa, toda em Espanhol. Conheci pavimentos, escadarias em marmore e salas de reunioes impotantes do governo argentiino. Vi a sala das mulheres argentinas homenageadas, entre elas, Evita.
Finalizei fazendo uma foto da sacada onde Evita discursava, imagem conhecidissima daquela mulher linda, vestida muito bem, de coque no cabelo e de gestuais grandes. Na praca de frente havia uma multidao gravando um filme naquele domingo, de estabelecimentos fechados e mendigos dormindo em frente a eles, em uma manha antes do meio-dia.
Esta visita foi de certa forma especial, pois ali vi quao facil e explorar uma cidade nova, de um pais novo, tudo desconhecido!!! Vi que nao ha o que temer, basta ter a cara de pau de sair e prestar atencao, para depois saber voltar. De resto e se comunicar, para chegar onde ser quer. Fiquei mesmo impressionado de estar na Argentina e ter podido andar sozinho, sem qualquer referencia e encontrado pontos interessantes, somente pelas placas e as vezes por alguma informacao de um morador local.
E que venham mais cidades a explorar. Continuarei a postar depois com impressoes das cidades do Nordeste.

Ontem foi niver do meu irmao menor, matei os cinco minutos depois do jantar que seria para escovar os dentes e liguei rapido em casa, falei com meu irmao Jefferson e dei os parabens a ele, dizendo o quanto o amava e a falta que sentia dele e de todos.
Aqui, tudo se repete, mas estou me encontrando. Um monte de amigos meus desisitiram do barco antes deste sair do Brasil. Muitos deles. Eu nem penso nisso. Ralei egastei muito para chegar e desistir. Mas, nao posso julgar os outros, cada um no seu limite e eu no meus objetivos!

Ah, aqui teve um casamento gay outro dia. Um garcom brasileiro do restaurante com um animador italiano. A festa foi no crew bar, bar onde os tripulantes se divertem a noite, depois do trabalho. Aqui a coisa eh mais tolerante quanto a diversidade num geral (culturas, etnias, orientacao sexual etc etc etc). O padre a bordo realizou a cerimonia (simbolica, claro [pois o Vaticano nao aceitaria, em terra, tal uniao])...
De resto, tudo na mesma...se repetindo sempre. Mas o clima eh bem melhor do que quando estavamos com cruzeiros para argentinos apenas. Agora, com europeus o trabalho eh menor. Bom para nos.
Todos que me veem, se surpreendem por eu continuar a bordo, em meio a tantos novatos que vieram depois de mim e desistiram. Eles dizem sempre o mesmo: "voce veio numa epoca boa, onde nao tem de aturar turistas brasileiros, que nao consomem muito, mas dao muito trabalho. Agora, na Europa, tu ganha mais, trabalha menos e ainda conhece lugares loucos". Entao ta, ne??? ehhehe

E vamo que vamo. Sabado, Tenerife, na Espanha, onde todos compram eletronicos, pelo preco muito bom. Eu, que nem meu primeiro salario recebi ainda, nao poderei fazer muito alem de conhecer a cidade, apenas. Depois, dia seguinte, domingo, Funchal em Portugal. Quero conhecer o maximo que puder la, pois adoro o lugar, o sotaque e a musica portuguesa! Depois, terca-feira, Malaga, Espanha e por ai vai...depois posto a lista dos lugares!

Volto mais tarde ou amanha, talvez...
Ciao!

Por onde andei (parte 1)

Segundo dia de navegacao rumo a Santa Cruz de Tenerife, Espanha, 17h30

Ciao

Ca estou eu em meio a um imenso mar a partir do continente americano, rumo ao europeu. No ultimo domingo nos despedimos do Brasil, com uma parada em Recife, Pernambuco. Neste quase um mes em que estou a bordo, pude visitar mais lugares do que pensei que seria possivel. Minha intencao era fazer um resumao de tudo o que vi, colocando fotos de cada lugar, mas, por enquanto, poderei apenas postar o resumo sem as imagens, devido ao ainda problema em achar uma net decente para postar fotos. Talvez depois eu volte a este post e coloque as fotos, ou crie um post novo para coloca-las.
Eu desci a primeira vez em uma cidade uma semana depois de embarcado, pois neste tempo eu preferi dormir, dormir e dormi em todo o tempo livre. Dormi para poupar energia para aquele novo ritmo diferente de trabalho ao qual eu nao estava acostumado.
Postarei aqui por partes, sobre cada lugar.

Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Foi a primeira cidade que desci. Na verdade eu quase nao tive tempo para visitar, pois eu pude descer em meu horario livre (as 16h) e o navio deixaria o lugar as 18h, sendo que eu precisava estar la antes. Desci somente para comprar coisas que eu nao tinha levado de casa, mas que estava precisando para logo. Da cidade, vi um visual praiano, com um aspecto de vilarejo de pescadores. Praia com pouca faixa de areia, casas antigas, com grande presenca de madeiras, como se fossem pousadas turisticas. A orla possui grande variedade depontos comerciais, desde pontos de telefonia e internet, ate mini mercados, drograria e muitas casas de artigos locais, para presente e lembranca do local. Nem foto tirei la, pois tive a nessecidade de comprar coisas.
Trouxe sabonetes extras, shampu, sabao em po, adaptador para tomada e outras coisas mais. Nao pude ter uma visao completa de Angra, por eu estar correndo, mas vi que ela e daquelas paisagens naturais onde se pode fazer um luau ao fim de tarde, com uma fogueira, violao e amigos.

Ilha Bela, Litoral Norte, Sao Pa ulo. La fui como turista mesmo. Havia estado ali no dia de embarque, mas apenas no mar, da lancha direto para o navio. O centro da Cidade lembra cidades mineiras ou de qualquer tipo de interior, com tudo perto e belos visuais tanto de praia cheia de barcos atracados e tambem belas pracas, com escadarias que levam para igrejas antigas, rodeadas por jardins e arvores grandes e centenarias. Apesar de ser praia e do Sudeste, lembrei muito de cidades nordestinas, com pessoas nas ruas observando quem chega e oferecendo um sorriso simples, mas acolhedor. Neste dia vi muitos conhecidos meus combinarem de ver seus familiares, encontrando-os no porto. Eu estava sentado em uma praca, tomando um acai na tijela e vendo eles se encontrarem. Quando percebi, estava chorando, com uma ponta de inveja, querendo ter ali tambem meus pais e irmaos, vindo me encontrar e matar a saudade. As coisas sao assim mesmo. Aqui nao tenho sequer tempo de pensar em saudades, mas quando penso, o peso e grande e eu apenas choro. Faz parte. Chorou, respirou, olhou no espelho, passou: e hora de trabalhar!

Montevideo, Uruguay. Foi a minha primeira vez em uma cidade estrangeira. Tudo bem que fica perto do Brasil, mas eu nunca estaria la em outro momento...
Nao tive qualquer medo de descer e explorar a cidade desconhecida. Paramos e, diferente de Angra e Ilha Bela, paramos diretamente num porto e nao no mar (onde descemos em um barco salva vidas que nos leva ate o cais.
Desci e ja dei de cara com uma cidade extremamente parecida com Santos, tendo o lado velho de cidade portuaria e, andando um pouco, chega-se ao centro, moderno e cheio de lojas de marcas conhecidas.
Gostei mais da primeira, a antiga. La vi ruas com pequenas ladeiras, casas escurecidas, ou pelo tempo ou pelo tipo de azuleijos. Pessoas reais, tomando cafe na rua, outras em ponto de onibus e criancas indo para a escola, vestidas parecidas as criancas daquela novela Carrossel, com uma especie de capa de brim longa sobre o uniforme, com lancheiras que qualquer um no Brasil chamaria de brega, mas que la era normal. Sem falar no sotaque apressado do espanhol que eles falavam nas esquinas. Ainda brinquei ao ver um pedinte na rua com seu cachorro 'Aqui ate mendigos e cachorros falam espanhol'. Entrei em lojas com amigos do barco, vimos presentinhos tipicos do Uruguai e comprei meu primeiro broche local para pregar na minha mochila. Como estava quase sem dinheiro, foi o que consegui fazer, trocando meus reais por pesos uruguaios. Ainda comprei uns postais.
Na cidade propriamente dita de Montevideo, o que me atraiu mais foram os pontos turisticos. Praca da Independencia, Teatro Solis e outros pontos interessantes, tipicos, mas parecidos como pracas de qualquer outro lugar. Apesar de ouvir outros sotaques, nao me senti tao fascinado como na cidade velha. Um ponto interessante: toma-se muito chimarrao la, com idosos, jovens levando uma mochila, sacola e abrindo-as na praca para tirar jarra termica, o copo do chimarrao (que nao sei o nome) e preparando ali mesmo a especiaria, em uma manha de domingo. Achei muito legal.
Voltei bem, apesar de arrependido de nao ter feito fotos nem das criancas indo pra escola e nem dos tomadores de chimarrao em publico. Medo, vergonha?? Nas proximas visitas nao posso perder essas coisas...
Gostei da cidade, das pessoas no comercio com quem troquei poucas palavras em espanhol sobre o Brasil.

Volto depois para continuar os relatos (terei tempo nesses cinco dias de navegacao).

Obrigado a todos voces que tem lido e comentado no blog. Respondo sempre que possivel e agradeco sempre, pois cada palavra torna-se importante para quem esta confinado aqui no barco. Assim que der trago fotos aqui.

Ciao, ciao, ciao

O Crossing

Navegacao, 17h30

(Enquanto eu postar por este computador, nao utilizarei os acentos que vinha usando, pois ele esta codificando de forma errada na hora de publicar)

Apos um tempo feio ontem na ultima parada em Montevideo, com chuva e ventos fortes, estamos num dia bonito de sol em alto mar, no primeiro dos dois dias de navegacao, com ondas levemente agitadas, rumo ao Rio de Janeiro, depois de amanha, dia 24.

Como disse antes a net normal (para blog, orkut, msn, etc) aqui e muito cara, quando entro e so para ver bem rapido os recados e saio. Diferente deste servico que encontrei aqui, onde posso mandar email para uma pessoa cadastrada (no meu caso, mando para o blog).

Como disse (tambem) antes, estamos em 'crossing' (travessia) para a Europa e ja vemos muitos alemaes, suicos, franceses e ainda os argentinos a bordo. Agora nos alto falantes temos mensagens sempre em italiano, ingles, alemao, frances, espanhol e portugues(!!!). O que muda? Algumas sutilezas que acabam fazendo a diferenca. Costumamos dizer que antes era pobre atendendo pobre, pois muitos pediam por pedir, ou eram do tipo que iam no bar depois da meia noite para pedir cafe. Tudo bem, tudo bem, cada um toma cafe a hora que quer (mas num bar de cruzeiros???). Coisa de latinos (brasileiros, inclusive).

Diferente dos latinos, os europeus costumam conhecer cruzeiros, seus servicos e sao mais exigentes quanto a prestacao deles. Resumindo: nao sao do tipo que somente porque estao pagando tem de ficar ate altas horas no bar consumindo, baguncando, pedindo e etc. Isso significa menos trabalho para nos. Um exemplo e o bar onde trabalho e o qual tenho de fechar todas as noites. Desde o inicio do cruzeiro de 'crossing', antes de ontem, na Argentina, consegui sair do bar beeeem mais cedo do que antes, pela primeira vez desde que entrei aqui. Antes quando dava meia noite, quando tudo deveria comecar a amenizar, comecava a festa e o pessoal ficava bebendo ate o bar fechar. E quando fechava a gente ficava ate mais tarde limpando tudo para o dia seguinte. Agora, neste mesmo horario o movimento diminui e conseguimos sair umas 1h30 ou 2h ao inves de 3h ou quase 4h!

Tenho conseguido ligar para casa quase toda semana, com um cartao telefonico para tripulantes de 10 dolares, que da para falar por uma hora. Compensa e muito, pois podemos falar de qualquer lugar dentro do navio e nao custa tanto. Normalmente ha um intervalo de segundos ate que a voz chegue do outro lado, complicando a conversa, mas o meu pai ja dominou a coisa, ne pai??

Desde que cheguei, tenho tido 'boat drill', que sao treinamentos e instrucoes de seguranca, tudo que ja vimos em terra, mas que eles fazem questao de passar e reforcar. Ao final ganhamos certificados e podemos usar no curriculo.

Os dias tem sido repetidos, mas ainda estou tranquilo e ainda nao passou pela cabeca desistir. Digo isso, pois vejo muita gente saindo e abandonando sem nem dizer tchau.

Um dos meus maiores problemas ainda e a lingua. Principalmente o ingles falado por asiaticos. Grande parte dos erros que cometo e por causa de mal entendidos quando meu chefe filipino pede algo e eu, achando que entendi, vou e faco outra coisa que nao foi a que ele pediu. Isso tem me tirado a paciencia, mas eles mesmos entendem e dizem que isso e questao de tempo, para acostumar o ouvido.

Para os bar boys que esperam ai e pedem por detalhes...
Minha rotina e sempre a mesma, da tarde para a noite, enquanto a rotina do outro bar boy e da manha para a tarde. Chego 12h e nao tem quase movimento, pois ou todos estao visitando a cidade em que o barco para ou estao tomando sol na piscina. Entao costumo sair da pantry (algo como cozinha, mas no sentido de bar e nao restaurante), e vou atender alguns passageiros. Mas esta nao e minha funcao propriamente dita. Entao, volto para a cozinha e limpo paredes (todas em metal), no sentido de tirar manchas e manter tudo limpo. Nisso coloco copos na maquina de lavar, reponho na frente e acabo as 4h da tarde (folga).
Volto as 7h e o trabalho comeca a pesar mais. Tenho de preparar um trolley (carrinho) de bebidas digestivas que serao oferecidas mais tarde no resturante. Sempre vou com um waiter (garcom) na escala e enquanto eu preparo os copos, ele sai oferecendo o digestivo.
Depois volto e faco o servico de manter copos limpos e repostos no bar.
Mas tenho muitos outros servicos, de acordo com o dia e com a programacao. Quando tem festa do capitao, vamos servir champanhe e canapes, entre outras coisas.

Desde que cheguei minhas maos tem ficado muito ressecadas, pois eu estava manipulando cloro sem usar luvas e fiquei com a mao toda rachada e abrindo feridas. Agora estou conseguindo contornar isso, nao metendo a mao no balde de cloro sem luvas. Para limpeza aqui usamos apenas o sistema 'three bucket system', coisa que vemos no curso e vemos na pratica aqui no barco. Bar boy usam muito esse sistema. Tudo o que precisa ser limpo deve ser feito em tres etapas:

1-balde vermelho (wash-lavar/ensaboar): lavado com uma bucha em agua quente e sabao liquido especial daqui.

2-balde cinza (rinse/exaguar): apenas agua morna e limpa com um pano amarelo, passamos ate tirar todo o sabao da lavagem inicial;

3-balde branco (sanitizing/sanitizar): com agua fria e uma quantidade de cloro em comprimido, para passar em tudo o que foi enxaguado e secar, sanitizando tudo.

Para quase tudo usamos isso, paredes, mesas, pia, teto e etc, pois tudo e metal aqui.

Sempre escrevo demais nao??

Espero achar uma net boa em terra, quem sabe no Rio, ja que nao vou poder ir ao Cristo, pois e muito longe do porto e custa R$ 70 para subir (a nao ser que voce tenha um comprovante de residencia para pagar suuuper pouco (foi o que ouvi).

Ate mais.
Comentem.
Deixem noticias.
Prometo resposta sempre que possivel!
Ciao.

Adeus América Latina

Buenos Aires, Argentina

Com o encerramento da temporada brasileira, iniciada em novembro/dezembro, começou para o Costa Victoria ontem o 'crossing', quando o barco se despede do Brasil e outros países da América Latina para inciar a temporada europeia. Para os novatos como eu, dá uma ponta de ansiedade, diante dos inúmerosmeros lugares que poderemos conhecer.
Até então, o Victoria só estava fazendo cruzeiros com embarque na Argentina, que percorria rotas como Rio de Janeiro, Angra dos Reis (RJ), Ilha Bela (SP), Montivideo e Punta Del Este (Uruguai) até retornar a Argentina para desembarcar passageiros e embarcar outros novos. Os cruzeiros foram sempre de sete dias, terminando com dois mini cruzeiros e chegando a este 'crossing'. Neste, o barco passa por novos lugares como Salvador (Bahia), Maceió (Alagoas) e Recife (Pernambuco). Depois de Recife, zarpamos para Tenerifee Málaga, na Espanha, além de uma cidade em Portugal e na França. Uma vez apenas para estas cidades. Será quando iniciaremos aquele que será o roteiro que segue até o fim do ano, repetindo-se sempre até enjoar de conhecer cidades na Grécia e Itália. Vou conseguir um jeito de postar o itinerário aqui. As coisas aqui andam na mesma. O tédio começa aparecer, tendo em vista que tudo se repete (preparação do coquetel de boas vindas, a festa de gala com o capitão, noites agitadas no bar a cada último dia de cruzeiro, etc etc).
Por mais louco que pareça estou achando estranho a falta do balanço do navio, que faz um tempo que nao sentimos mais. Lembro que logo no primeiro dia que cheguei o navio balançava muito, na ida para a Argentina. Na volta, o mar tava muito agitado, tanto que as âncoras bateram durante a noite toda, fazendo um barulho enorme, sobretudo na minha cabine que é na direção das âncoras. Era engraçado...no trabalho, o chão tinha horas que faltava, no caminho para a cabine, mais agito, enfim, em todo lugar. Sem falar nas senhoras levemente bebadas que nao entendiam porque de tanto balanco. Não cheguei a ficar mal, apenas 'mareado',como naqueles dias que se anda de onibus o dia todo e volta com dor de cabeça e enjoado de leve.

Depois volto aqui com mais calma, pois tem gente querendo usar a máquina...e nao quero ser o chato a ficar pendurado na net....

Ciao, ate mais!

Atendendo a pedido...

Montevideo, Uruguai

Aqui estou eu novamente, desta vez utilizando um posto de internet gratuito. Neste, podemos apenas entrar no site da Costa Cruzeiros e trocar e-mail com apenas uma pessoa, cadastrada previamente (cadastrei o do blog, pois posso postar mais vezes) 0Ainda estou me acostumando a falta de acentos, que definitivamente nao sao faceis de encontrar por aqui.

Andaram me perguntando sobre como foi o meu embarque. Eu digo que e exatamente como vemos no curso da Costa. Cheguei umas oito horas no escritorio da agencia que ia me encaminhar ate o barco e ja fomos direto a barca que nos atravessaria de Sao Sebastiao, onde dormi num hotel, ate Ilha Bela, onde o Victoria ja tava desde as 6h. La, conheci um filipino, o Vicent, que tambem estava embarcando naqule dia. Apos a barca, chegamos ao Victoria e ja fomos recebidos pela crew purser, que e responsavel pelos tripulantes. De resto, deixei meus exames, preenchi umas fichas medicas (teve diarreia nos ultimos dias? vomito? etc). Peguei minha chave, fui pra cabine, esperei o meu cabinmate chegar, ele me levou a lavanderia, peguei meu uniforme, vesti e fui conhecer o bar onde atuaria.
Dentre as coisas que trouxe, com certeza eu deveria trazer mais camisetas basicas brancas e coloridas (usar embaixo do uniforme e sair a toa), para poder modificar, pois nao e facil achar uma maquina de lavar gratuita por aqui, pois estao sempre ocupadas, tendo que acordar cedo pra usar (ate hoje nao consegui), entao lavo na mao e deixo secar no ar condicionado (pratica teoricamente nao permitida). Tenho de comprar urgente um batom de manteiga de cacau, pois meus labios estao ardendo de tao abertos que estao. As palmilhas de silicone que tanto falam realmente funciona e e vital. Tirei elas um dia apenas e senti a diferenca.
Mas tudo isso relativo. No meu caso, por ter um horario mais flexivel , posso descer em mais portos e por isso sinto falta de umas bermudas e camisetas a mais.
Nao trouxe fotos de casa, pois nem tive tempo de lembrar.
Sobre as roupas de cama e de banho dados pela cia, sao bons ate, nem tive que utilizar os meus que levei.
De resto, voce pode comprar algumas coisas quando desce, pois nem sempre compensa sobrecarregar a mala com peso extra. Aqui comprei sabao em po para poder lavar as roupas na cabine (cuecas e meias que utilizamos muito e trocamos toda hora).
Acho que e isso. Vale pensar naquilo que e importante para cada um, pois as cabines tem um bom tamanho - meu armario nem esta cheio.
VALE A PENA SIM trazer pelo menos tres camisas sociais brancas, pois voce usara como uniforme e nem tera de pagar por uma daqui. Vale ainda levar calca social e muitas, mas muitas meias sociais pretas. Se possivel ainda, levar um sapato preto social, de preferencia anti-derrapante, para alternar com o que a cia fornece.
E isso! vale seguir a intuicao e sem exageros, sempre o ESSENCIAL!!

Ciao per tutti

Primeiros dias

Punta Del Este, Uruguai, 18h

Ola a todos!
Depois de muito tempo (13 dias) sem noticias, consigo sentar aqui e escrever um pouco do que vem acontecendo aqui.
Infelizmente neste computador que escrevo nao tem como eu alterar o idioma do teclado, ficando assim, as palavras sem acento...
Consegui uma forma de postar por meio do email do yahoo. Assim poderei fazer postagens no blog utilizando a internet gratuita, que so aceita uma conta de email cadastrado.
 
Bem...desde que cheguei aqui no barco tudo vem acontecendo de forma maluca e rapida demais. Quando menos percebi, ja estava embarcado e recebendo milhoes de informacoes em ingles, misturado com italiano. Passei por varios setores, entregando documentacoes, recebendo a chave da minha cabine, ate que fui a tal cabine e conheci meu canbinmate (parceiro de cabine). Ele e de Florianopolis e tem mais tres meses de contrato no Victoria. E bar boy como eu e em abril sera transferido para outro navio, pois quando o barco vai para a Europa, eles costumam espalhar os brasileiros pelos varios navios, uma vez que nao ha mais temporada brasileira e nem a necessidade de ter um grande grupo de brasileiros no mesmo lugar (e exigencia do Brasil, que, para circular livremente pela costa brasileira, e necessario ter empregados pelo menos 25% de brasileiros na tripulacao.
 
Assim que vesti meu uniforme fui para o bar onde passaria a atuar. La estava meu head (supervisor, mas nao chefe propriamente dito), um bartender filipino, o Alvin, um cara muito legal e paciente. De primeira ja vi que a adaptacao com os diversos sotaques de ingles seria, no minimo, louca. Mas com o Alvin me dei bem, ele me explicou as principais atribuicoes do meu trabalho, posturas e um monte de informacoes que eu iria assimilar melhor com a pratica.
Depois, conheci aquele que e meu supervisor direto, o Jemerias, outro filipino. Este, um pouco mais rude e com ingles mais complicado de entender (ate hoje apanho para entender de primeira o que ele quer..).
 
O trabalho em si nao eh pesado. Realmente a minha tatica de vir preparado para o pior funcionou. Ate agora nao vi nada de mais no trabalho, pelo menos nada que me faca querer voltar para casa e desistir de tudo. Uma outra coisa que lia em outros blogs era de que se quer um trabalho relativamente legal, va para o bar. E isso e, de certa forma, verdade. Vejo que, comparado a certas funcoes, o bar e um dos lugares mais legais de trabalhar. Tem musica, pessoas mais toleraveis e nao trabalhamos com alimentos, o que facilita muito tudo.
Meu horario eh de fechamento do bar, ou seja, ficar ate umas duas ou tres horas da madrugada, deixando o bar pronto para iniciar as atividades no dia seguinte. Entao meu horario eh fixo, sempre assim: entro meio dia, fico ate as 4h, entao entro em break (pausa) e retorno somente as 19h. Das 19h fico ate o bar fechar (o ideal seria 2h da madrugada, mas costuma sempre passar meia hora ou ate uma hora, dependendo do ritmo). Me vejo sempre como no jornal Gazeta onde trabalhei ate outro dia: dia de fechamento de edicao tinhamos que correr para entregar a edicao num horario estipulado, mas acabavamos sempre ficando ate mais tarde. Aqui eh assim. Quando dizemos "nossa, ate que o bar esta calmo hoje", eh o dia em que, quando menos se espera aparece um mundareu de gente. Os garcons reclamam que a maioria e pobre demais, pois chega num bar de navio depois da meia noite, para beber cafe, pois nao tem dinheiro para consumir drinks e bebidas.
 
Ah, estamos trabalhando apenas com passageiros argentinos, cruzeiro para argentinos. Quando me vi preparado para pensar e falar em ingles, vi aqui uma dificuldade: traduzir do ingles para o espanhol, pois os argentinos nao falam ingles. Eu achando que falar espanhol era so enrolar, mas nao e bem assim nao. As vezes da uma travada, quando converso com um passageiro, pois quando me dou conta, estou respondendo em ingles a pergunta que ele fez....um rolo total.
Entre todos os tripulantes o ingles e oficial. Quando nos reportamos aos chefes de alto escalao, o idioma eh o italiano, mas e claro que quem nao fala, como eu, fala em ingles mesmo que eles aceitam na boa.
 
Minha funcao, basicamente, eh lidar com a parte de cozinha do bar. Preparar tudo para que garcons, bartenders possam fazer suas coisas. Lavo copos, chicaras, limpo a cozinha (chamada de pantry), corto frutas para ornamentar os drinks, reponho o que falta (acucar), alem de pegar bebidas especiais em restaurantes, para leva-las ao reponsavel por entregar nas cabines. Enfim, um mundo de coisas como se fosse um office-boy de um bar. Nao acho ruim nao. Durante o dia, como tem menos garcons eu dou uma de penetra e ajudo o bartender com o atendimento aos passageiros.
Entao, no bar que trabalho, chamado Orpheus Grand Bar, ha dois bar boys, ha garcons e garconetes, que pegam pedidos e levam aos bartenders, que preparam os drinks e deixam na bancada para os garcons pegarem.
Estou gostando do meu servico, nao ha nada do que eu nao esperava. Muitos podem dizer que eh se rebaixar e etc, mas nao encaro como isso. Estou bem conscinte do que quis e do que busco: experiencia e dinheiro. E dizem que o que se ganha aqui em Euros vale muito a pena, ainda mais se a pessoa tiver foco e nao sair gastando por ai.
Talvez num proximo contrato virei de waiter (garcom), pois quero estar mais perto dos passageiros e poder ter mais comunicacao. Na atual funcao em que estou, estou confortavel, pois tenho contato com outras funcoes, presto atencao em tudo que fazem e vou absorvendo tudo. Desde como se preparam certos drinks ate como se registra os pedidos no cumputador. Entao, sempre que vejo que esta corrido para eles, dou uma forca, afinal, ja sei como se faz. Isso eh bom, conta pontos e mostra que esta interessado.
 
Logo nos primeiros dias recebi um elogio do meu supervisor, dizendo que sou um otimo bar boy. Pois em tao pouco tempo, alem de mostrar positivismo, tenho sido agil e paciente, ao aprender de tudo um pouco. O chato e que ele fez este elogio, meio que comparando com o outro bar boy brasileiro, me deixando numa posicao estranha, do tipo "acabei de chegar e estao dizendo que sou mais agil que voce". Mas ele entendeu, afinal, ele eh mais velho no navio e nao tem a mesma forma de pensar como eu. Este outro bar boy diz que e dificil aturar os filipinos como chefes, mas eu nem penso assim.Chefe e chefe e se nao quer ser chefiado por ele, torne-se um chefe, entao, ou entao "go home" (va para casa). Aqui tem dessas coisas, se sentir rebaixado e etc, mas estou mesmo CONSCIENTE sobre tudo. Eu quis isso e sei da minha importancia, estou no meu foco e quero ir ate o fim. Nao importa se sou graduado e tinha um trabalho na area no Brasil. O que importa e ser o melhor bar boy aqui, ja que escolhi isso.
 
Nos meus braks (ate o meio dia e das 16h as 19h) pude ja pude visitar Ilha Bela (onde embarquei, mas nem tinha prestado atencao direito), Angra dos Reis (RJ), Montevideo e Punta Del Este (no Uruguai). Nao desci ainda na Argentina pois sempre optei dormir. E quando para na Argentina normalmente eh um dia de encerramento de cruzeiro, quando trabalhamos muito na noite anterior, dai, quando chega na Argentina para desembarque e chegada de novos passageiros para um novo cruzeiro, acabo descansando e nao tendo animo para sair. E aqui meia hora de sono eh FUNDAMENTAL e indispensavel. Mas antes de ir ate a Europa quero sim conhecer Buenos Aires. Tentarei deixar logo logo fotos de onde passei, com as impressoes de cada lugar. Postarei ainda videos sobre coisas do barco, pois eh mais facil de fazer do que escrever (para mim) e para ler (para voces).
 
Aqui estou me vendo um outro Eli. Nunca fui regrado para dormir nem comer. Aqui e diferente. E questao de sobrevivencia. Se eu nao comer e nao dormir bem, terei de arcar com as consequencias quando estiver no trabalho. Ai nem poderei reclamar.
Apesar de ter ouvido um mundo de informacoes das pessoas sobre a comida a bordo, nao vi nada demais nao. Compartilho da mesma opiniao de uma amiga do meu curso que tem um blog tambem. A comida e boa sim. Tem variedade e muitas vezes come-se melhor do que em casa.
De cafe da manha tem umas duas ou tres opcoes de pao (salgado, redondinho, doce, com confeito), tem duas opcoes de cereais (tradicional ou de chocolate), opcoes de danone (!!!), manteiga, geleias, fruta (maca, banana, pera etc), frios, carne e muitas outras. Isso e ruim????
No almoco, temos normalmente dois tipos de arroz, um normal e outro com adicionais (ou com milho, ou com ervilha ou com carne etc), tipos de macarrao, muita salada, sucos, carne, frutas, sorvete (tomo sorvete todo dia!!), entre outras coisas....e se repete no jantar. Enfim. Muitos reclamam, mas nao sei de que. Eu que sou super chato com comida estou me dando bem com tudo. Espero que isso nao mude quando formos ate a Europa.
O lado chato eh que o refeitorio tem seus horarios fixos, mas nos nao. Entao eu tenho de jantar cedo demais (18h), pois entro as 19h. E entao fico ate as 3h sem comer nada...(levo sempre algo pra cabine, para comer mais tarde [comida nao eh permitida na cabine, mas dou meu jeito {o que nao pode eh levar prato, coisas que sujam tudo e tals, asssim como em casa, para nao ir comer na cama ahhaha}]).
 
Saudade e uma palavra presente sempre aqui. Quase nao tenho tempo de lamentar. A coisa eh corrida mesmo. Mas no bar vira e mexe toca uma musica em portugues e me faz chorar por dentro, de leve, sem ninguem perceber. Outro o cara cantou Roberto Carlos e lembrei do meu pai. Como fiquei triste (e fiquei agora de novo...nem posso lembrar), mas dai vc respira e lembra que tudo ser melhor no final e que isso e passageiro. Mas a saudade eh forte. Saudade de casa, da familia. Coisas simples com amigos. E como pesa saber que a vida segue na terra e eu nem sei do que se passa. E como pesa saber que a vida tem de seguir aqui no barco. Da medo de voltar e se deparar com muitas mudancas e coisas que dirao "aconteceu enquanto voce esteve fora". Mas e assim. Escolhi estar aqui e estou vivendo cada dia. A coisa e louca mesmoooo! E como se aprende aqui. Tudo.
Ao inves de ficar negativo como muitos brazucas, encaro como aprendizado. Muitos reclamam de tudo e dizem que todo dia acordam pensando em pedir sign-off (desligamento). Eu nunca pensei nisso. Pelo menos ate agora. Gastei muito para estar aqui, me dediquei muito e tive de deixar casa, cidade e tudo o que amo para viver essa experiencia e nao vou jogar assim. Nao vou.
 
Gente, peco que sejam pacientes e que me esperem que em novembro estarei de vota.
 
Pessoas de casa: como sinto falta de voces! As vezes perdemos a nocao de tempo e quando vejo, eh domingo, quando lembro e imagino o que cada um deve estar fazendo ai. Pai vendo o jogo na tv, o Jefferson brincando na casa de algum amigo, a Conceicao provavelmente monitorando algo que a Aline faz....ai...que saudades disso tudo. Peco a voces que fiquem bem, viu? Pois estou bem aqui. Nao plenamente, mas nao eh nada do que eu possa morrer! Penso em voces e quero que pensem sempre em mim! Divirtam-se ai, muito!
 
Amigos e todos que deixaram emails, comentarios que confesso que me arrepiam ao ler...OBRIGADO! Ou Thank you ou ainda  Grazie Mille ou Gracias! ahahha
Volto com mais tempo pra responde-los, ok??
 
Meu Deus! E muita coisa para contar, mas falta tempo e a internet aqui corre cara!!! Nas proximas postagens espero poder usar sempre o servico gratuito. Ou acessar de algumas cidade, que sai mais em conta.
 
Bem...vou ficando por aqui e volto logo mais.....
 
Ciao
(em italiano significa tanto oi como tchau)



Beijos, bacios, besos
eLi

Eu volto logo





Tenho muito o que dizer, mas não tenho tempo agora.
Despedidas são tristes, sobretudo quando elas não podem ocorrer! Muitas pessoas pra dizer tchau, mas eu sequer pude comunicar a partida. Infelizmente saberão depois...
Em casa, todo mundo indo trabalhar e acordei cedo para me despedir.
Minha irmãzinha Aline, em seus três anos, nem entende ao certo o que tá rolando. Disse apenas que queria ir comigo pro barco. Mas nem quis se despedir. Ela será uma das que mais sentirei falta!
Despedi do meu irmão Leandro tranquilamente, se eu não sei o que dizer...imagino o que ele diria.
Com a minha mãe Conceição (que mesmo não sendo de fato mamma não chamo de madrasta) a coisa foi doida. Quando a abracei, nós dois começamos a soluçar juntos, o choro foi inevitável. E assim ficamos um tempo...com o que nos restava: aquele último abraço (último em oito meses, claro). Nossa...quanta coisa a gente pensa...
Meu pai volta mais tarde do trabalho, pro almoço, a tempo de me ver e me ver partindo. Como será o momento final, não postarei depois, mas posto agora, sentindo que a despedida dele não será fácil...mas tem de ser assim. Ainda verei meu outro irmão, Jefferson, que também estará aqui, depois de voltar da escola.
Então irei até Santos, onde pegarei um ônibus rumo a São Sebastião, Litoral Norte. Durmo lá e de manhã vou até a agência que me levará ao barco. Aí sim, acredito que tremerei na base aahhahaha.
NOSSA! Muita coisa passa pela cabeça, muita coisa que quis ter feito e muita coisa me espera. Entre minhas visitas aos blogs, tenho visto muita gente voltando, acabando seu primeiro contrato. Lembro da minha empolgação com essas pessoas, quando vieram anunciar que estavam partindo. Agora quem parte sou eu. O mesmo porto da partida é o da chegada ahhaha

Esses dias tenho chorado ao ler mensagens no celular, orkut, blog...de pessoas queridas que dizem que choram por me ver partir...agora quem chora sou eu...
Mas é isso! É isso que eu busquei, que quis, que anseio e que quero viver!!
Só tenho a ganhar!

Os contatos serão sempre assim, além deste blog, claro:

email
ecsvieira@yahoo.com.br

orkut
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=15029225191381728731


A data!

Saiu a minha data!
Meu embarque será quinta-feira agora, dia 4 de março, no navio Costa Victoria (queria ir no Magica, pelos amigos e pelo roteiro, mas....tudo bem), em Ilha Bela. Será hora de iniciar a função de bar boy.
Como eu previa, essa data viria meio que do nada.
Foi ontem, domingo, dia 28 de fevereiro, quando eu estava na casa da minha amiga Bartira, em São Bernardo do Campo, para ficar pelo menos uma semana. Como no ano passado, fui até ela para realizarmos uma mega sessão de cinema em casa, quando assistimos todos os filmes indicados ao Oscar, para termos nossas conclusões e estarmos mais por dentro na cerimônia de entrega dos trofeus. Mas não vai rolar dessa vez pra mim.
Tínhamos acabado de assistir a um dos dez indicados a melhor filme de 2009, o “Guerra ao Terror”, quando olhei meu celular e tinha uma chamada não atendida (celular sempre está do lado, hábito que adquiri desde que passei um “esperador” pela Costa). A ligação era do meu agente. Já imaginei o que poderia ser. Liguei de volta e ele me comunica que há uma vaga de embarque na quinta-feira e que, se eu estivesse com os exames médicos em dia, poderia ficar com esta vaga.
Expliquei que estava longe de casa, mas disse que ia àquela hora mesmo de volta, para ter acesso a todos os meus exames e assim poder escaneá-los e enviá-los por email. A ligação foi às 19h e às 21h eu já estava em casa, mandando a documentação a ele.
O engraçado é que nesta mesma quinta-feira, dia 4, eu havia agendado fazer uma tatuagem, a minha primeira, que há tempos queria fazer. Não vai rolar (também). Pelo menos por agora.

O engraçado é que foi também na casa da Bartira, no ABC, que recebi em setembro a notícia da Agência Fatto de que meu embarque na MSC havia sido cancelado e até hoje não me deram uma notícia ou posicionamento.
Daí, fui à casa dela novamente este ano com um pensamento doido na cabeça de que, da mesma forma que lá eu recebi a notícia de cancelamento de embarque, desta vez, eu receberia uma nova notícia: a do embarque novo! E enquanto eu deixava Santos no ônibus rumo a São Bernardo, eu recebi uma ligação do Rhuam, amigo que já citei aqui e que está embarcado no Costa Mágica. Ele estava voltando ao barco, após uma pausa dele em Santos. Daí encerramos a ligação dizendo um pro outro que em breve eu teria notícias! E olha aí! Não é que funcionou?
Antes disso, na sexta-feira, dia 26, fui com a Jeniffer, uma outra super amiga, ver o preço e o dia da tatuagem, sendo que depois fui até a Carla, que está morando em São Paulo e agora aparece de vez em quando aqui na Baixada. Fui matar as saudades. Querendo ou não, com cada uma dessas pessoas especiais há tempos para mim, matei a saudade e vivi momentos engraçados, coisas de amigos. E agora, dos demais, mal poderei comunicar minha partida, sabida por todos, mas não com data, local e horários exatos e específicos.
Agora o negócio será bravo aqui em casa! Terei apenas esta segunda, terça e quarta-feira para arrumar TUDO para embarcar quinta. Nessa hora bate um aperto no coração e uma pré-saudade da família, do pessoal de casa, mesmo olhando para eles...

Agora, a partir de 4 de março, estarei fora do ar na internet por um bom tempo, pelo menos oito meses, pois estarei pelo mundo. Pode ser que alguém me ache às vezes on line por aí, o que será raridade. No mais, tentarei fazer deste blog um elo grande de comunicação e de informação sobre o que se passa no barco. Então, por favor, acessem, comentem, mandem energia boa! Será super fundamental!

Acredito que seja isso por enquanto. Irei arrumar a mala e as coisas, pelo menos tentarei!

A todos que torceram, obrigado pela força.
Àqueles que ficavam com comentários duvidosos sobre os processos todos, valeu também (por mais que me deixassem meio triste, às vezes, a maioria fazia isso por preocupação, com medo de que eu estivesse embarcando numa furada). Mas esse foi um dos piores quesitos nesta espera pela data: comentários negativos e “nada motivadores” de algumas pessoas.
Noooooooossa. O ritmo tá louco por aqui, nem sei o que escrever...
Mas é isso!

Agora é correr...arrumar a mala, comprar últimos itens para colocar nela, cortar cabelo, fazer a barba, etc etc...tudo em um único dia! E descobrir como chego em Ilha Bela, onde o Victoria estará, no Litoral Norte (não tenho a mínima ideia de como chegar lá [talvez por Santos]).
Depois posto mais sobre itinerário e etc!