Por onde andei (parte 1)

Segundo dia de navegacao rumo a Santa Cruz de Tenerife, Espanha, 17h30

Ciao

Ca estou eu em meio a um imenso mar a partir do continente americano, rumo ao europeu. No ultimo domingo nos despedimos do Brasil, com uma parada em Recife, Pernambuco. Neste quase um mes em que estou a bordo, pude visitar mais lugares do que pensei que seria possivel. Minha intencao era fazer um resumao de tudo o que vi, colocando fotos de cada lugar, mas, por enquanto, poderei apenas postar o resumo sem as imagens, devido ao ainda problema em achar uma net decente para postar fotos. Talvez depois eu volte a este post e coloque as fotos, ou crie um post novo para coloca-las.
Eu desci a primeira vez em uma cidade uma semana depois de embarcado, pois neste tempo eu preferi dormir, dormir e dormi em todo o tempo livre. Dormi para poupar energia para aquele novo ritmo diferente de trabalho ao qual eu nao estava acostumado.
Postarei aqui por partes, sobre cada lugar.

Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Foi a primeira cidade que desci. Na verdade eu quase nao tive tempo para visitar, pois eu pude descer em meu horario livre (as 16h) e o navio deixaria o lugar as 18h, sendo que eu precisava estar la antes. Desci somente para comprar coisas que eu nao tinha levado de casa, mas que estava precisando para logo. Da cidade, vi um visual praiano, com um aspecto de vilarejo de pescadores. Praia com pouca faixa de areia, casas antigas, com grande presenca de madeiras, como se fossem pousadas turisticas. A orla possui grande variedade depontos comerciais, desde pontos de telefonia e internet, ate mini mercados, drograria e muitas casas de artigos locais, para presente e lembranca do local. Nem foto tirei la, pois tive a nessecidade de comprar coisas.
Trouxe sabonetes extras, shampu, sabao em po, adaptador para tomada e outras coisas mais. Nao pude ter uma visao completa de Angra, por eu estar correndo, mas vi que ela e daquelas paisagens naturais onde se pode fazer um luau ao fim de tarde, com uma fogueira, violao e amigos.

Ilha Bela, Litoral Norte, Sao Pa ulo. La fui como turista mesmo. Havia estado ali no dia de embarque, mas apenas no mar, da lancha direto para o navio. O centro da Cidade lembra cidades mineiras ou de qualquer tipo de interior, com tudo perto e belos visuais tanto de praia cheia de barcos atracados e tambem belas pracas, com escadarias que levam para igrejas antigas, rodeadas por jardins e arvores grandes e centenarias. Apesar de ser praia e do Sudeste, lembrei muito de cidades nordestinas, com pessoas nas ruas observando quem chega e oferecendo um sorriso simples, mas acolhedor. Neste dia vi muitos conhecidos meus combinarem de ver seus familiares, encontrando-os no porto. Eu estava sentado em uma praca, tomando um acai na tijela e vendo eles se encontrarem. Quando percebi, estava chorando, com uma ponta de inveja, querendo ter ali tambem meus pais e irmaos, vindo me encontrar e matar a saudade. As coisas sao assim mesmo. Aqui nao tenho sequer tempo de pensar em saudades, mas quando penso, o peso e grande e eu apenas choro. Faz parte. Chorou, respirou, olhou no espelho, passou: e hora de trabalhar!

Montevideo, Uruguay. Foi a minha primeira vez em uma cidade estrangeira. Tudo bem que fica perto do Brasil, mas eu nunca estaria la em outro momento...
Nao tive qualquer medo de descer e explorar a cidade desconhecida. Paramos e, diferente de Angra e Ilha Bela, paramos diretamente num porto e nao no mar (onde descemos em um barco salva vidas que nos leva ate o cais.
Desci e ja dei de cara com uma cidade extremamente parecida com Santos, tendo o lado velho de cidade portuaria e, andando um pouco, chega-se ao centro, moderno e cheio de lojas de marcas conhecidas.
Gostei mais da primeira, a antiga. La vi ruas com pequenas ladeiras, casas escurecidas, ou pelo tempo ou pelo tipo de azuleijos. Pessoas reais, tomando cafe na rua, outras em ponto de onibus e criancas indo para a escola, vestidas parecidas as criancas daquela novela Carrossel, com uma especie de capa de brim longa sobre o uniforme, com lancheiras que qualquer um no Brasil chamaria de brega, mas que la era normal. Sem falar no sotaque apressado do espanhol que eles falavam nas esquinas. Ainda brinquei ao ver um pedinte na rua com seu cachorro 'Aqui ate mendigos e cachorros falam espanhol'. Entrei em lojas com amigos do barco, vimos presentinhos tipicos do Uruguai e comprei meu primeiro broche local para pregar na minha mochila. Como estava quase sem dinheiro, foi o que consegui fazer, trocando meus reais por pesos uruguaios. Ainda comprei uns postais.
Na cidade propriamente dita de Montevideo, o que me atraiu mais foram os pontos turisticos. Praca da Independencia, Teatro Solis e outros pontos interessantes, tipicos, mas parecidos como pracas de qualquer outro lugar. Apesar de ouvir outros sotaques, nao me senti tao fascinado como na cidade velha. Um ponto interessante: toma-se muito chimarrao la, com idosos, jovens levando uma mochila, sacola e abrindo-as na praca para tirar jarra termica, o copo do chimarrao (que nao sei o nome) e preparando ali mesmo a especiaria, em uma manha de domingo. Achei muito legal.
Voltei bem, apesar de arrependido de nao ter feito fotos nem das criancas indo pra escola e nem dos tomadores de chimarrao em publico. Medo, vergonha?? Nas proximas visitas nao posso perder essas coisas...
Gostei da cidade, das pessoas no comercio com quem troquei poucas palavras em espanhol sobre o Brasil.

Volto depois para continuar os relatos (terei tempo nesses cinco dias de navegacao).

Obrigado a todos voces que tem lido e comentado no blog. Respondo sempre que possivel e agradeco sempre, pois cada palavra torna-se importante para quem esta confinado aqui no barco. Assim que der trago fotos aqui.

Ciao, ciao, ciao

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