Páscoa






Este vídeo que trago aqui é da Páscoa passada, 2010, quando eu estava embarcado.
No domingo de Páscoa eu estava pela primeira vez nas Ilhas Madeiras, em Portugal!
Foi um lugar muito esperado, pois adoro tudo que vem do país, inclusive o sotaque.
Foi legal passar pelas lojas e falar com moças lindas e que entendiam totalmente o português, tirando algumas palavras diferentes, o idioma é incrivelmente o mesmo. Esta observação parece óbvia, mas é engraçado você estar em outro lugar do mundo e ainda assim poder arriscar, sem medo, falar português e ser compreendido e respondido.
Lembro que na primeira tenda que cheguei pensei duas vezes antes de falar "bom dia" para a atendente. Mas depois ficou normal, natural. Como eu esperei aquele momento para ouvir o sotaque que tanto amo!

PENA que eu não tinha um mês a bordo ainda, o que significava dizer que eu não recebera ainda meu primeiro salário. Senti-me triste, pois havia pelo menos três pontos onde eu adoraria passar e conhecer, que precisavam de dinheiro para chegar até lá. Além do mais, nem tinha feito amizades fortes ainda, a ponto de pedir dinheiro emprestado. Enfim, curti o que pude ali nas partes baixas da cidade. E valeu, claro!

No caminho para a igreja, muitas senhoras vestidas de modo antigo, saias e vestidos em xadrez, sem mostrar muitas partes do corpo, com lenços no cabelo e rosto. Seus sotaques eram levemente mais carregados, remetendo, mais uma vez, a algo de antigo (é natural que os mais jovens, principalmente os que têm contato direto com turistas, falem um português e inglês mais claro e limpo, sem carregar sotaque). Mas sempre que ouvia senhoras na rua conversando pareciam que estavam praguejando, mas não: estavam conversando de forma descontraída mesmo.

Na igreja, tive a sensação de estar numa missa de domingo na Catedral da Sé, onde a vida segue tranquila, com uma missa comum, enquanto muitos turistas fotografam o evento, mas também a arquitetura, os cantos, as pessoas. Enfim, turistas e pessoas locais convivendo normalmente. Assim foi neste dia. Muita gente, como eu, entrando, ficando um pouco e saindo, e outros, fieis, que ali ficariam até o final da celebração.

Ao chegar na igreja, uma banda de fanfarra aquecia os instrumentos. Juro que tentei gravar tudo, mas descobri que estava sem memória na máquina digital (lembram aquele episódio com o meu cabinmate, que me furtou e que eu só descobriria dias depois? Pois é! Ele foi o culpado de eu não ter registrado mais coisas de lá...mais uma decepção além de não ter salário ainda).
A missa iria começar, dali a minutos, às dez da manhã.

Gravei apenas um trecho do coral cantando, enquanto o sacrário sai para procissão pelas redondezas da igreja e depois retornar. Queria ter gravado mais, mas exatamente ali percebi que a memória não estava inserida na máquina, fiquei muito confuso, pois nunca removo, mas deixei para resolver isso depois....

Eis o vídeo: